Nascem as vozes dos amigos
do negro à luz azul as vozes dos amigos
fazendo de claro o dia da negra voz
que o espanto traz ao peito
os amigos são quietos na sua imensidão quieta
de voz azul de luz azul
o branco claro dos olhos trespassa pela voz
feita tão azul
no peito
e a voz obscura cala às vezes as vozes dos amigos tão azuis
e na obscuridade só o perdão se roga por toda a lentidão
do tempo
pela voz obcura rogam os amigos de olhos brancos
no azul da luz
quando flectem profundamente perto do fogo
têm o plano oblíquo à luz
razam o centro do rubro ao sangue
afastam-se
e voltam
Jorge Fragoso - Dezembro 2007
2 comentários:
Agradeço a luz azul que me ofereces hoje neste dia em que a carne esteve tão flectida.Abraço.
Comecei a ler e deixei-me invadir por uma sensação de segurança, de quem conhece este território e esta forma de escrita. Nesta escrita consigo encontrar a minha mensagem e sentir-me também azul.Gostei.
Graça Magalhães
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