segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Lâminas

Não quero imitá-lo. Mas o silêncio impende sobre este
corpo que também se chama eu. Não temos outro destino
que o de suportar gumes sobre a garganta. Como se
fossem arcos de desejo do grito, essa forma estranha
e solene de ceder. À voz, ao cântico suave do rio
chamando pelo mar. Nada será definitivo. O silêncio
também tem asas. E garras.

in Fragoso, Jorge (1998), O Tempo e O Tédio, Palimage Editores

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